Que tal remover o estigma e a limitação dos diagnósticos forçados, com responsabilidade consciente?

Uma Compreensão Mais Profunda do Ser

Vamos abrir espaço para uma compreensão mais profunda e completa do ser humano. Não é suficiente rotular alguém com um diagnóstico, muitas vezes imposto e fabricado por um sistema social apressado e superficial.

Os diagnósticos, muitas vezes, são apenas uma forma superficial de categorizar experiências complexas e singulares. Eles são úteis em casos específicos, mas não devem definir a identidade de alguém e se tornar uma “régua de dignidade”.

É necessário desvincular a identidade e a essência da pessoa do diagnóstico e ir além das classificações limitadas que muitas vezes respeitam e acolhem apenas o diagnóstico, e não a pessoa.

É preciso reconhecer que o diagnóstico comum muitas vezes pode falhar em capturar o cerne de um problema temporário e contextual vivenciado por alguém, podendo até “sentenciar” desnecessariamente a pessoa a um diagnóstico e uso de medicamento controlado por tempo indeterminado.

Que tal refinarmos o nosso entendimento sobre saúde mental e sobre a qualidade dos tratamentos?

Desconstruindo Diagnósticos: Além da Doença Mental

Não era doença mental…

Era um complexo emaranhado de respostas traumáticas, cristalizadas em mecanismos de enfrentamento e programações subconscientes, que foram esculpidas por um condicionamento específico e pela influência do ambiente.

Em alguns casos, pode ter sido deficiências nutricionais, desequilíbrios na microbiota ou a exposição a toxinas presentes em produtos de consumo diário que também intensificaram a vulnerabilidade psíquica, afetando o sistema nervoso e a modulação dos neurotransmissores. “A genética carrega a arma, mas é o estilo de vida que puxa o gatilho” (Francis Collins).

Não era TDAH…

Era uma resposta do sistema nervoso a um sistema monótono e alienante numa sociedade que valoriza a linearidade e a conformidade. Era uma mente criativa sufocada por tarefas repetitivas, num mundo que exige produtividade constante e imediata.

Muitos ambientes não oferecem espaço e recursos que facilitem arejar as janelas da memória e deixar a criatividade florescer, apenas rotulando a pessoa como “problemática” ou “desatenta”. Vivemos numa sociedade que tem pressa em encaixar a pessoa num diagnóstico pré-existente, “para então respeitá-la”, desconsiderando a sua singularidade, história e suas particularidades.

Não era ansiedade generalizada…

Era um corpo em constante estado de alerta, revivendo memórias de insegurança e incerteza numa sociedade que promove a competição, a comparação e a busca incessante por aprovação externa. Era a internalização de mensagens constantes sobre “não ser bom o suficiente”, num sistema que exige perfeição e sucesso a todo custo. A pressão para se encaixar em padrões irreais de beleza, riqueza e felicidade contribui para esse estado de alerta constante.

Não era depressão…

Era a alma exausta de carregar o peso de expectativas irreais, de reprimir emoções e de viver em desconexão consigo mesma num sistema que prioriza o trabalho, o consumo e a superficialidade. Era a falta de significado e propósito num mundo que tenta anestesiar nossos sonhos, nossa essência e nos alienar uns dos outros. A cultura do individualismo e da competição incentiva o isolamento e impede a construção de conexões genuínas, contribuindo para a sensação de vazio e desesperança.

Não era transtorno bipolar…

Era a oscilação entre a necessidade de expressar a individualidade e o medo de ser rejeitado por uma sociedade que pune a diferença e valoriza a uniformidade. Era a dificuldade de encontrar um equilíbrio interno num mundo que nos pressiona a sermos “sempre funcionais” e a nos encaixarmos em caixas predefinidas. A falta de espaço para a expressão autêntica e a repressão das emoções contribuem para essa instabilidade.

Não era síndrome do pânico…

Era o corpo gritando por socorro, sinalizando que algo precisava mudar drasticamente num ambiente tóxico e opressor. Era a manifestação física de emoções reprimidas, de traumas não resolvidos e de necessidades não atendidas num sistema que explora, desumaniza e impede de vivermos em harmonia com nós mesmos e com a natureza. A pressão constante para performar, a falta de tempo para o autocuidado e a exposição a ambientes estressantes e poluídos contribuem para o desencadeamento das crises de pânico.

A Influência do Ambiente na Saúde Mental

A saúde mental e emocional não é apenas uma questão individual, algo moldado apenas pelas nossas experiências individuais, mas também pelo ambiente e contexto em que vivemos. Ignorar essa conexão é como tentar tratar uma ferida sem limpar a sujeira que a infectou.

Um ambiente pode AMPLIFICAR ou REDUZIR seus gatilhos emocionais!

Escolha seus ambientes com consciência:

  • Prefira ambientes que te acolhem, te valorizam e te fortalecem, nos quais se desenvolvam vínculos saudáveis e recíprocos.
  • Limite sua presença ou pare de insistir em continuar em ambientes que te menosprezam ou que drenam sua energia.
  • A atitude de enfrentar e resistir em ambientes hostis e negativos é mais complexa e precisa ser avaliada com cautela, pois geralmente insistir nessa luta é desnecessariamente desgastante e prejudicial para a saúde mental.

Identifique fatores externos que influenciam sua vida:

  • Fatores Benéficos: Potencialize-os!
  • Fatores Negativos: Busque formas de suavizar ou aliviar os impactos que afetam sua saúde mental no seu cotidiano.

Isso pode incluir:

  • O desenvolvimento de habilidades de enfrentamento.
  • O estabelecimento de limites saudáveis.
  • A busca por novos ambientes.
  • Redes de apoio social verdadeiramente acolhedoras.
  • O envolvimento em ações conscientes que promovam também o bem-estar coletivo.

Autora: Kaya Barros Souza | Psicóloga 

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